Você já olhou para você? Não estou falando de vistoriar-se frente
ao espelho, é preciso ir bem mais a fundo para assimilar o que a imagem revela.
Da mesma forma, pouco vale observar a si mesmo diariamente sem que se
desenvolva um olhar devidamente preparado para enxergar os mínimos detalhes.
Quando você alcança essa visão é como se seu corpo, seus
pensamentos e sentimentos encontrassem o ponto para começar a desembaraçar os
nós emocionais criados ao longo da vida – medos, inseguranças, autocríticas,
ansiedades, dificuldades nos relacionamentos, rigidez... Você começa a fazer
uma limpeza profunda que, primeiro, traz transparência para si mesmo e depois
promove sua liderança interna. E só existe um caminho para que isso aconteça: autoconhecimento.
Nesse caminho você começa a encontrar as respostas sobre sua
verdade e a aprender como se posicionar no mundo com mais segurança,
desenvolver relações saudáveis e, principalmente, amor-próprio para ser quem
você é com o seu melhor.
Nos dias de hoje, autoconhecimento, autoconsciência e liderança
interna são temas que estão cada vez mais presentes em nossas vidas, seja no
universo profissional, seja na vida pessoal. Em diversas partes do mundo,
especialistas discutem a importância desses atributos e exploram novas
possibilidades emocionais e comportamentais como bases imprescindíveis para um
futuro sustentável.
Isso significa que o sucesso está e estará
nas mãos de pessoas que aceitaram e venceram o desafio de conhecer a si mesmas.
Ao identificar as próprias habilidades e dificuldades, esses indivíduos
conquistaram a possibilidade de modificar e gerir emoções e comportamentos, o
que os torna amplamente capacitados. Ora, se há tanto reconhecimento positivo
nesta conquista, por que há pessoas que resistem ou demonstram baixo interesse
em investir nessa competência?
A trajetória que leva ao autoconhecimento é longa e ininterrupta,
o que pode servir de desculpa para quem tem receio de desvendar-se, por
qualquer motivo que seja. E para começar a trilhar esse caminho, a primeira
pergunta é: “Qual é a minha verdade?”.
Desde que nascemos todos nós temos vivido em meio a verdades e
mentiras, conceitos que, ao longo da nossa existência, definiram e ainda
definem tudo o que consideramos como certo e errado.
Em outras palavras, aprendemos desde cedo a “avaliar” o caráter
das pessoas, inclusive o nosso, de acordo com aquilo que nos foi ensinado
quando ainda éramos muito jovens. Formamos nossos paradigmas, ou seja, crenças
inquestionáveis, e permitimos que durassem por toda a vida. E isso acontece
espontaneamente, sem que possamos nos dar conta.
Porém, muitos desses conceitos que tomamos como verdade são, na
realidade, derivados dos nossos antecessores. São valores transmitidos de
geração a geração e que, um dia, chegaram a você sem que tivesse um único
motivo para questioná-los.
Portanto, está aí uma das principais revelações promovidas pelo
autoconhecimento: você tem certeza de que suas crenças são suas? Você já se
permitiu verificar qual a raiz de suas verdades? De onde elas vieram? A quem
você está seguindo? Uma vez reveladas essas respostas, você terá a chance de
aprender quem você realmente é e, consequentemente, saberá como e por que amar
a você mesmo e ao mundo da maneira mais profunda e sincera possível.
AUTORA
Heloísa Capelas.Diretora do Centro
Hoffman no Brasil.
Especializada há mais de 20 anos no desenvolvimento do potencial humano por
meio do Autoconhecimento e do aumento da Competência Emocional.