4 lições de
estratégia que aprendemos com o mestre do xadrez
Em seu livro “Xeque-mate”, Garry Kasparov apresenta tópicos que todo
estrategista precisa levar em conta para ter sucesso.” Da Revista on line
Administradores.com” de 11/03/2016
A importância do planejamento e
da estratégia para a administração é mais que essencial. É o alicerce de tudo o
que se faz. Por isso, ter uma base e um objetivo do que vamos fazer é
primordial para o sucesso de qualquer projeto e até mesmo para a construção de
uma empresa.
A
estratégia é realmente um dos assuntos mais intrigantes dos estudos em gestão,
ainda mais no atual mercado competitivo, burocrático e com altas taxas
tributárias em que vivemos. Diante disso, que tal conhecer algumas dicas
de Garry Kasparov, um dos maiores estrategistas do xadrez de todos os
tempos?
Em
"How Life Imitates Chess", ou simplesmente Xeque-mate, Kasparov
ensina o leitor a tomar decisões corretas através do planejamento e estratégia,
buscando sempre o autoconhecimento e o desafio para, enfim, fazer boas
escolhas. Kasparov é considerado um dos maiores campeões de xadrez de todos os
tempos, com títulos mundiais consecutivos de 1985 a 2001. Aos 22 anos,
tornou-se o mais jovem campeão do mundo no xadrez. A publicação é da Editora
Campus/Elsevier.
Abaixo
você confere 4 lições de estratégia que aprendemos com o mestre do
xadrez:
1 - Decisões que você toma hoje impactam o futuro
Segundo
Kasparov, "um grande mestre faz os melhores movimentos porque ele se
baseia na aparência que ele quer que o tabuleiro tenha dez ou vinte lançes à
frente". Por isso, ter um objetivo claro e honesto é o primeiro grande
passo para que o futuro seja mais concreto e estável. Ter visão e
planejamento.
"Objetivos
intermediários são essenciais. Eles são os componentes necessários para criar
condições favoráveis à nossa estratégia. Sem eles estaremos tentando construir
uma casa a partir do telhado. Em primeiro lugar, preciso entender que objetivos
estratégicos me ajudarão a alcançar minha meta de atacar o rei e, só então,
começarei a planejar a forma precisa de realizá-los e a examinar os lances
específicos que conduzirão à execução com bons resultados", diz o
estrategista.
2 - Você nem sempre pode determinar o campo de batalha
"Você
não se torna um campeão mundial sem ser capaz de jogar em estilos diferentes
quando necessário".
Segundo
ele, na vida nós somos obrigados a combater em um território desconhecido, o
que pode gerar um desconforto. Porém, é necessário. Não é possível lutar
somente em nosso próprio território. "A capacidade de adaptação é
fundamental para o sucesso", acredita Garry.
3 - Viver mudando de estratégia é o mesmo que não ter estratégia alguma
Mudar
pode ser algo bom, claro. No entanto, mudanças só devem ser feitas por motivos
justos. Além disso, todo o processo de mudança deve ser feito de forma
meticulosamente planejada. Segundo o autor, precisamos caminhar na linha tênue
entre flexibilidade e coerência. "Um estrategista precisa de ter fé
em sua estratégia e coragem para mantê-la, e ainda ter vistas largas o
suficiente para perceber quando é necessário mudar de curso. Além disso, alerta
o especialista, cada mudança deve ser avaliada com cuidado e, quando feita,
aplicada com firmeza.
"Devemos
também evitar que a concorrência nos devie do nosso caminho estratégico. Se
você está empregando uma estratégia poderosa e bem-sucedida, ganhando espaço no
tabuleiro de xadrez ou numa fatia de mercado no comércio global, a concorrência
tentará fazê-lo tropeçar para que você desista. Se seus planos forem sólidos e
sua percepção tática for boa, o adversário só poderá vencer com a sua
ajuda.", orienta.
Por fim,
Kasparov acredita que contra uma estratégia sólida, táticas diversivas serão
insuficientes ou falhas."Se forem insuficientes, você pode e deve
ignorá-las, continuando no seu curso. Se forem radicais ao ponto de obrigá-lo a
se desviar, provavelmente serão falhas em algum aspecto, a menos que você tenha
cometido um erro", explica.
4 - Preocupe-se mais consigo do que com a concorrência
"Quando
estou em um confronto direto com o oponente, como em um match do campeonato
mundial, só tenho um sujeito para observar e ele está bem à minha frente, do
outro lado do tabuleiro. É uma situação de soma zero: eu venço, ele perde, ou
vice-versa. Todavia, em um torneio com 12 jogadores, o que acontece nos outros
jogos pode causar um impacto no meu sucesso. É como qualquer empresa com vários
sócios e concorrentes; a Continental tem de prestar atenção se a United e a
American iniciaram negociações", explana o autor.
Segundo
ele, os resultados de outros jogos implicam diretamente em sua estratégia e
isso acontece em qualquer negócio da vida. Por isso, antes de determinadas
partidas - ou negociações -, é preciso decidir se o jogo será cauteloso ou
agressivo, dependendo apenas do adversário. Porém, estar preparado e bem
consido é, por muitas vezes, mais importante do que saber do histórico e das
jogadas do outro. "Não podemos passar muito tempo nos preocupando com o
outro sujeito, pois perdemos de vista nossos próprios objetivos e desempenho",
finaliza Garry Kasparov.